Mãos à Obra: A realidade!

Já faz muito tempo que Portugal enfrenta uma crise de falta de mão de obra no setor da construção civil.

Os salários baixos, a mão de obra envelhecida que não está a ser renovada, a falta de motivação e incentivos para o setor leva-nos para um problema atual, e futuro, que parecia ter luz ao fundo do túnel com a chegadas dos trabalhadores emigrantes, mas não…

Posso dizer, a título de exemplo, que atualmente temos no nosso país um excedente de mão de obra emigrante na construção civil especialmente proveniente de países como a Índia, Nepal, Bangladesh, Argélia, Marrocos, etc.

Parece um contra censo falar de falta de mão de obra quando temos excesso da mesma mas o que realmente acontece em Portugal é que os trabalhadores emigrantes, especialmente oriundos da Ásia e Norte de África praticamente sem qualificações, são os que estão dispostos e que procuram trabalho na área da construção civil. O problema: muitos destes trabalhadores não têm documentação legal para exercer as respetivas funções.

Ao mesmo tempo, outro fator a realçar é o da falta de domínio da língua portuguesa e por consequência torna-se logo à partida um “handicap”, pois mesmo comunicando em inglês ou em francês os interlocutores no terreno do lado das empresas de construção civil não falam outra língua que não seja o Português, o que dificulta e por vezes chega mesmo a impossibilitar o entendimento entre as partes. Resumindo, estes trabalhadores emigrantes dificilmente conseguirão ingressar no mercado de trabalho da construção civil. Na verdade, quando há vontade, é possível agilizar meios para que as coisas aconteçam. Há que legalizar, mas há também que criar meios para que estes trabalhadores emigrantes consigam ser integrados no mercado de trabalho.

Este trabalhadores fazem-nos falta!

Artigo por João Carriço, HR Specialist da zona norte da área de Construção Civil da Talenter™